terça-feira, 29 de abril de 2008

....(riso incontido)
Meus pensamentos são agressivos, em ascensão à sabedoria eles brotam.
A rigidez me convém; cada qual no seu lugar, cada ponto no seu final.
Ambiciono o que julgo inalcançável, o resto está nas pontas dos meus dedos, é tudo frágil.
Antecipo fala, pensamentos e atos: o pouco me comove e o muito me anestesia. Imune.
Tenho vantagem aqui, sou tímida, timidissíma, timidona e no meu reservado eu conheço cada um, muito bem.
O que eu escrevo em lamúrias ou gracejos, só contabiliza quem entende e ‘Deus é mais’: são poucos, já que a maioria só entende os obtusos, sigo agradecendo.
Cão que ladra não morde? Aqui não, quase nunca....Antes de ladrar eu já mordi. E às vezes dói mais em mim... Muitas vezes dói mais em mim. Mas a vingança ‘é um prato que se come frio’, eu digo que prefiro bem quente de forma fria, entende? A competição me atrai. Fazer mais e melhor é sempre prazeroso e tudo volta pras pontas dos dedos.
É, Michelle é assim.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Uma história pra (não) contar, sobre eles.

Eu não quero.
Não quero ter que escolher entre você e a vida que tenho.
Eu não quero ter que olhar pra você e me despedir sem dizer o que está sufocando.
Eu não quero virar as costas com vontade de olhar pra trás.
Eu não quero a sensação de divisão, dentro de mim.
Eu não quero ver as suas lágrimas caírem, pra não ter que segurar as minhas novamente.
Eu não quero dormir tentando prever o amanhã, se você estará comigo ou não.
Eu não quero impor minhas condições, porque não espero que as aceite.
Eu não quero nos angustiar mais.
Eu não sei mudar o que sou, o que tenho e o que quero.
Eu não quero mudar.
Eu não quero o seu perdão porque, já disse, não espero que você entenda.
Quero apenas que saiba que um dia amei como desvairado que sou e quando eu amo, eu devoro todo o meu coração. Um dia quis abrir mão das coisas ‘estáveis’, mas o equilíbrio que ali encontro foi maior.
Quero apenas que saiba, que eu vi um futuro sim, mas já tinha o meu presente.
E uma centelha de fogo num monte de palha incendeia rápido. Eu, como palha, encantei-me com as tuas chamas e me queimei e queimamos juntos e o que sobrou de nós: cinzas. A fênix talvez ressurja, já eu diria que não posso contar com isso. Então, não conte.
Eu não quero perder seu brilho de vista, mas também não quero roubá-lo só pra mim.
Histórias são lindas pra aqueles que sabem como fazê-las dar certo, entende?
Eu não quero dividir-me, eu não quero te partir em mil outra vez.
------ A você, minha querida. E a você, meu amigo.-------

Analiso.

Enquanto existir retina movimentando os olhos: viverei de observar.
Medindo cada minucioso detalhe seu, dela, dele, deles, das pessoas.
Interessam-me os gostos, as dúvidas, os disparates. É o meu momento, é a minha arte.
Analisar. Prestar atenção ao que são e ao que serão comigo.
É o meu conceito que te trará ou te levará embora daqui, de mim.
Paro pra ver suas delicadezas, vulgo: fraquezas.
Paro pra ver seus traços rústicos, vulgo: vitórias.
Até onde sei? Até onde poderei chegar? Até onde irei contigo?
Perguntas que eu faço e eu mesma respondo, analisando você.
Não me peça o contrário, porque significaria fechar os olhos para ângulos perfeitos e para cantos obscuros que só saberei se cutucar, chacoalhar até ver cair pra todo mundo observar quem é você.
E então estaremos frente à frente, finalmente. Em uma mão entrego meus fragmentos. Em outra recebo os teus. Juntos formam algo? Ou serão estes pedaços sem possibilidades de encaixe?
Não se sabe. Só mesmo analisando o que nos é comum e tentar juntar depois.
Entenda. É meu jeito de ver no que vai dar, se dará.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Amizade?

Perda de tempo. As tardes perdidas confessando minhas paixões, serviram-lhe de risos.
Eu nunca me esquecerei de como as roubou para você, mesmo em nada se aproximando daquilo que realmente desejava.
Perda de tempo. Servia-lhe de companhia nos dias em que o telefone não tocava, naqueles que ninguém apareceria. E hoje ainda é assim. Aqui o telefone só toca quando não sobrou ninguém para chamar, quando todos os dedos estão ocupados para opinar.
Perda de tempo. Sua omissão, não apontar algo fora do lugar, chamar o mais próximo e debochar. Quantas vezes.....
Perda de tempo. Em alusão aos velhos tempos: vergonhoso! Apontar o dedo para tudo e todos e olha só o que fez, faz e segue fazendo? Minha ‘perfeitinha’, patético!
Você não é nada disso. Nada do que pensa, pensam ou pensei.
Cansa-me o narcisismo alheio, tanto mais o teu. Detalhes de anjo em coração de dragão não significam beleza nem nobreza, majestade.
Você está fadada aos julgamentos que fez, ao destino que tanto evitou. Sim, todos lembrarão de você, mas estes mesmos terão inúmeras falhas pra assinalar na lista dos ‘melhores momentos’, eis a minha.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Grande Escola.

Todas as vezes que prendi a respiração ofegante, tentei amenizar as mãos trêmulas, parei para ouvir meu coração descompassado dizendo pra se acalmar, pra finalmente dizer um simples ‘oi’, eu falhei.
Nunca soube começar uma amizade. Nunca. Na aula, quando tinha alguma pergunta quanto à matéria, torcia para que alguém tivesse a mesma dúvida e levantasse o dedo por mim. Ah o dedo, pesava quilos só de pensar em levantá-lo, apenas pra não correr o risco de alguém achar a tal dúvida digna de acefalia, e crônica, quando não era, quando praticamente toda a sala tinha a mesma dúvida. Sempre fiquei com o pé atrás.. Sempre solidifiquei minhas reservas, sempre chorei escondido.
Quando alguém se aproximava, geralmente a menina mais popular da sala ou o garoto L – I – N – D - O que não se conformava por eu não dar ‘bola’ pra ele quando todas as outras viviam a suspirar-lhe, estes se tornavam meus melhores amigos.
A garota ‘superpopular’ descobria aqui o cúmulo da sinceridade que abrigo, confidenciava sobre tudo e todos e tinha cá a personificação do “eu não ouvi, vi ou falei”, podia confiar, podia contar comigo, sempre. Falávamos sobre tudo, todos, dividíamos tudo, riamos ou ficávamos tristes sem uma precisar contar para a outra o que acontecera para tanto, isso deve ter um nome, mas naqueles tempos para mim era: não estou só.
O garoto, o lindo, dava com a porta na cara, achando que ao retribuir um ‘oi’, já tinha me ganhado. Duras penas, foras e perdas, passou na minha mão, já que difícil era e ainda é meu sobrenome. Ele, vencido pelo cansaço de não ter mais como tentar convencer-me, admitiu que sim, eu era diferente das demais, sempre fui, sempre serei...obteve assim minha amizade, soube colocar-se em seu lugar, respeitar, dignificar, defender, e causar raiva em todos os demais exemplares femininos da sala, aí eu gostei, aí ele tornara-se humilde, eu gostei de verdade e eu o tinha, mesmo sem um único beijo existia fidelidade a mim, os olhos eram para mim, mas já se tornara um melhor amigo e eu não queria ficar só, por mudar isso.
Conto aqui também dos demais, dos não verdadeiros, dos em abundância, do resto. Quando eu tinha ao meu lado a garota mais ‘mais’ e o garoto mais bonito, tinha todos muito bem interessados nos meus passos, no que dizia. Então eu estava só. Porque quem garantia tanta ‘fama’ eram eles, a garota vestida de Lilica Ripilica e o garoto com gel no cabelo. Eu era só uma CDF das melhores, sempre certinha, sempre bem arrumada, sem palavrões, sem maus modos, sem matar aula, delicada, a do sorriso lindo, a discreta. Era o que a ripilica e o gelzinho sempre quiseram, e os comuns sempre evitaram.
Hoje, todas as vezes que prendo a respiração, aperto as mãos, cerro os dentes, sinto a veia na cabeça latejar, é pra fugir da multidão. Para estar só. Para ter apenas os verdadeiros cá comigo. Aprendi a gostar também dos mais exóticos, os pirados, os diferentes, os descartados, os sós, como eu era. Porque, você pode compartilhar risadas com muitos, poucos ali saberão do que você realmente ri, se é que está mesmo rindo. Finalizo em glória... Porque aprendi com o meu silêncio a ouvir as vozes de todos os demais mesmo daqueles que gritam sem nada falar, eu os decodifico, eu sei cada ponto fraco.
Deveras, quando você é destinada a observar, você aprende o que deve falar e com quem. E eu tenho pilhas de lições de casa, muito bem feitas, sobre muitos.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Real.

Me pasma a fragilidade do ser humano, leia-se: vida.
Recebi a poucos minutos deste escrito um ex-funcionário, que adentrou minha sala, levado pelos braços. Antes de pensar em perguntar, ensinei meus olhos a observarem. E vi: ele emagreceu quilos e não foram poucos. O motivo dos braços que o levavam: está perdendo a visão. Não conseguiu enxergar a linha para a assinatura, que saiu ‘voando’, no papel. Está perdendo os movimentos. Não foi doença nem acidente, foi outra vida. Um desentendimento. Frágeis, ambas, as vidas. Uma vida por não conseguir equilíbrio suficiente para perdoar ou resolver um impasse. Outra por ser carne, mortal, passível de ser penetrada no ponto mais frágil do corpo, por uma bala.
A primeira, sumiu, fugiu, frágil. A outra depende agora de outros que a carregue para hospitais, filas, outros aglomerados de vidas frágeis.
Eu, enquanto vida frágil: escrevo e me parto em lágrimas.
Fico aqui com os olhos secos mas inchados, frágeis. Eu sou frágil.

É assim

Não me agrada a idéia de ser uma princesa cerrada num castelo no mundo do nada, no meio de lugar nenhum.
Deixestá. Vestidos bufantes, a cara sempre igual, os cabelos sempre longos e bem penteados. Livrai-me Deus!
Ah sim, porque ninguém tira o valor de ter como mudar, de não se prender a lugar algum. De acordar com a cara gostosamente amassada, parecendo um personagem de história de terror. Bom é por roupa pra ousar. Comer chocolate, encher a cara de espinha, engordar. Ter TPM, botar tudo pra fora e quem sabe depois, chorar.
Comédia de tragédia é a vida.
Tragédia? Óbvio, falo agora do príncipe.
Ah sim, ele existe e não canta nada bem, como sapo coaxando garantiria um bom lugar.
Ao contrário dos contos, ele não enfrenta, e sim foge o tempo inteiro dos ‘dragões’, se é que você me entende. Entre dragões, fada madrinha e lobo mau, ele vira o pescoço vez em quando pra uma vilãzinha da história. Mas sabe bem que se pisar lá, toma chute daqui. Pois é, nada que um bom chute não resolva.
Que Amélia, que nada. A princesa aqui é mais Fiona: caratê e tudo mais.
Porque conto de fada é bonitinho, mas a realidade é avassaladora.
Pro bem e quando ta monótono, pro mal.....deixando tudo melhor. Tudo anarquista. Tudo mais gostoso e bem mais prático.
Porque me agrada mais ser uma rebelde sem causa, do que uma princesinha mimada.

by: Ozzy



Há lugares dos quais vou me lembrar por toda a minha vida,
embora alguns tenham mudado
Alguns para sempre, e não para melhor
Alguns se foram e outros permanecem
Todos esses lugares tiveram seus momentos
Com amores e amigos, dos quais ainda posso me lembrar
Alguns estão mortos e outros estão vivendo
Em minha vida, já amei todos eles
Mas de todos esses amigos e amores
Não há ninguém que se compare a você
E essas memórias perdem o sentido
Quando eu penso em amor como uma coisa nova
Embora eu saiba que eu nunca vou perder o afeto
por pessoas e coisas que vieram antes,
Eu sei que com freqüência eu vou parar e pensar nelas
Em minha vida, eu amo mais a você
Em minha vida...
Eu amo mais a você.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Fernando.

Não tenho palavras pra explicar.
Sequer alguma que possa dizer.
Repito apenas: só você.
Não há quem possa igualar, nem definir-lhe ou confundir-me.
É engraçado tentar passar para a tela, o que o coração não decifra.
Apenas sente.
É você aqui dentro, quando eu fecho os olhos pra aliviar a dor, é você quem vem senta ao meu lado, me abraça e me deixa chorar sem perguntar nada.
E eu preciso tanto. Tantas vezes.
É você.
Minha razão, minha consciência, todos os meus motivos.
Você.
Minha paz, morada, luz, caminho, minha solidão, multidão.
Você
Tormenta, chama, pele, cheiro, paixão, fogo, explosão.
Você.
Sonho, devaneio, loucura, alucinação.
Você.
Campo florido, céu azul, dia de sol, mar aberto, verão.
Você.
Paisagem seca, nuvens cinzentas, chuva, tempestades, tornados, raios.
Você.
É a mão que vem, me toma, me acalma, me embala.
A voz que encoraja, que me eleva, que acalenta.
É o olhar que convida, que chora junto, que brilha mais.
É a boca que sempre sorri, que me beija.
Os Braços que afagam, apertam, consolam.
Pernas que conduzem, percorrem e salvam.
Corpo, presença, calor, seria eu? Perdida em você, estou.
Você é meu tudo.Sem você, eu não sou nada.

Um diálogo.

To pensando em escrever,
‘Me gusta’ este momento.
Já cometi uns seis ‘assassinatos’, em pensamento.
Não espere sair da lista daqueles que me tiram à razão.
Hoje chove fino e o frio bate a porta. Gela o meu coração.
Não me diga que a razão sempre me é tirada, quando não a tenho.
Porque desconheço dias assim. Ô mortal, és tão diferente de mim.
Aqui não se clama, porque não há quem ouça. Nos dias em que estou assim.
Anarquia é o meu nome, o sobrenome também o é, ah sim. Quando você grita você reforça, quando você escreve você treme.
A indiferença não te faz melhor, você pisa no mesmo chão que os demais, pobres, pobres mortais. O tempo não interfere, o vento apaga as pegadas e você nunca se sobressai. Os sofrimentos que tu conheces nada mais são que meros ‘ais’, a dor que aqui descrevo é mais, não descansa, jamais.
Que poder tu tens? Minha mente pode mais. Quem leva almas pelas mãos, sim, repito: pode muito mais. Carrego histórias que não servem pra dormir, conheço as tuas, tua alma está presa aqui.
Acredite, a sua diversão é a minha. Vamos ver quem ri mais?
A esta altura que coração há? Apenas o teu que mantém o compasso fraco pra eu não escutar.
Aprenda, sem fim e começo sou eu quando gosto de um espaço de tempo, registrado ao vento, onde te enfrento e você nunca consegue me vencer.
Já cometi mais um ‘assassinato’, neste momento.