sexta-feira, 25 de abril de 2008

Uma história pra (não) contar, sobre eles.

Eu não quero.
Não quero ter que escolher entre você e a vida que tenho.
Eu não quero ter que olhar pra você e me despedir sem dizer o que está sufocando.
Eu não quero virar as costas com vontade de olhar pra trás.
Eu não quero a sensação de divisão, dentro de mim.
Eu não quero ver as suas lágrimas caírem, pra não ter que segurar as minhas novamente.
Eu não quero dormir tentando prever o amanhã, se você estará comigo ou não.
Eu não quero impor minhas condições, porque não espero que as aceite.
Eu não quero nos angustiar mais.
Eu não sei mudar o que sou, o que tenho e o que quero.
Eu não quero mudar.
Eu não quero o seu perdão porque, já disse, não espero que você entenda.
Quero apenas que saiba que um dia amei como desvairado que sou e quando eu amo, eu devoro todo o meu coração. Um dia quis abrir mão das coisas ‘estáveis’, mas o equilíbrio que ali encontro foi maior.
Quero apenas que saiba, que eu vi um futuro sim, mas já tinha o meu presente.
E uma centelha de fogo num monte de palha incendeia rápido. Eu, como palha, encantei-me com as tuas chamas e me queimei e queimamos juntos e o que sobrou de nós: cinzas. A fênix talvez ressurja, já eu diria que não posso contar com isso. Então, não conte.
Eu não quero perder seu brilho de vista, mas também não quero roubá-lo só pra mim.
Histórias são lindas pra aqueles que sabem como fazê-las dar certo, entende?
Eu não quero dividir-me, eu não quero te partir em mil outra vez.
------ A você, minha querida. E a você, meu amigo.-------

Analiso.

Enquanto existir retina movimentando os olhos: viverei de observar.
Medindo cada minucioso detalhe seu, dela, dele, deles, das pessoas.
Interessam-me os gostos, as dúvidas, os disparates. É o meu momento, é a minha arte.
Analisar. Prestar atenção ao que são e ao que serão comigo.
É o meu conceito que te trará ou te levará embora daqui, de mim.
Paro pra ver suas delicadezas, vulgo: fraquezas.
Paro pra ver seus traços rústicos, vulgo: vitórias.
Até onde sei? Até onde poderei chegar? Até onde irei contigo?
Perguntas que eu faço e eu mesma respondo, analisando você.
Não me peça o contrário, porque significaria fechar os olhos para ângulos perfeitos e para cantos obscuros que só saberei se cutucar, chacoalhar até ver cair pra todo mundo observar quem é você.
E então estaremos frente à frente, finalmente. Em uma mão entrego meus fragmentos. Em outra recebo os teus. Juntos formam algo? Ou serão estes pedaços sem possibilidades de encaixe?
Não se sabe. Só mesmo analisando o que nos é comum e tentar juntar depois.
Entenda. É meu jeito de ver no que vai dar, se dará.