quinta-feira, 15 de maio de 2008

o Amor, o Primeiro.

...
Amanheceu mais um dia na cortina sem cor, mas cheia de vida.
Rodopiava o quarto e cantava. Tirou dos pulmões a mais bela voz do mais belo canto no mais belo dia.
Entregou-se. Que venha a paixão, pintando o quarto de rosa e vermelho, transformando o chão em plumas leves, abrigando sorrisos em pensamentos tolos, veio!
Vestira o traje do romantismo. Maquiou-se da forma mais angelical que pôde, e foi.
Andou por ruas barulhentas de asfalto cinza e via pássaros, campo e flores.
A fumaça dos carros era brisa floral; os arranha-céus castelos encantados.
Nunca soubera de coisa parecida antes; e era bom.
Ninguém poderia tocá-la, ninguém poderia feri-la, só ele.
Só ele era tão poderoso naquele momento.
Ninguém ousou desfazer, nada mudaria o que estava vivendo.
Sua carruagem chegara, seu sapatinho de cristal estava nas mãos apropriadas, vestira-se de princesa. Foi ao encontro dele.
Seus olhos envoltos por magia cederam lugar à imagem dele, a barba por fazer, a camisa do time de futebol, tênis e calça jeans apertando a barriga.
E a imagem era outra, todos os dias.
Ele era príncipe, mas não sabia.