terça-feira, 20 de abril de 2010

?


As pessoas me incomodam depois de certo tempo.
É estranho não conseguir me aprofundar a ponto de sentir que preciso delas.
Preciso?
É tão difícil ver, fechar meus olhos e não enxergar igual.
Eis o meu título, eis o meu convite.
Tente.
Venha sentir, me faça entender-me...
Por que as feridas nunca se fecham?
Por que esta melancolia insiste em voltar?
Preciso? Será esta a resposta do preciso sem querer precisar?
E agora o que me resta além destes lamentos é ver como o mundo vai andando, sem mim.
É ver como as pessoas sorriem fácil na minha ausência.
É ver que aqui não há nada de importante para se lembrar.
É ver minha mente me castigando com um açoite que apenas caleja mais, não dói.
E eu tenho tantas portas aqui dentro que não sei mais qual mostrará o caminho para eu mesma.
E está tudo quebrado. E eu sempre me sinto sozinha.
E tentar mudar isso talvez cave mais este buraco.
E tudo acaba e começa de novo.
Olhe no meu rosto, qual caminho você enxerga?
Já vi este silencio em sua face.
E eu sinto tudo isso, tudo esta quebrando e gritando aqui dentro.
Eu queria que você entendesse como eu me sinto nesta estrada.
Eu queria suas mãos.
Eu queria sentir falta disso que eu nunca obtive.
Eu estou quebrando. Eu estou sentindo. Eu estou quebrando agora.
E ninguém sentirá nada igual.
Incomodam-me depois de certo tempo.
E toda vez que aqui escrevo sopro pra longe todo o peso.
Por favor, não me esqueça.
Não era isso que eu queria dizer.
Mas eu já disse. E é tão estranho, assim quero todos aqui.
É meu sacrifício. É a minha veia pulsando. São seus olhos de espanto.
E eu gosto disso. Me desculpe, mas eu gosto disso. Eu estou sorrindo.