terça-feira, 25 de novembro de 2008

Semente...

Você falou dos meus medos. Bateu com força e sem olhar o que acertava.
E eu sou uma garotinha que ainda se esconde atrás das pernas da mãe, sempre desconfiando do futuro que bate na porta a frente dela.
Uma garotinha.... E crescer pode ser muito perigoso, poderia eu ganhar curvas fatais?
E ter objetivos sempre foi o plano, poderia mudar pelo menos o meu mundo?
Meus pensamentos agora me levam a um canto escuro e meus joelhos tremem.
Eu sou só uma garotinha, ouvindo um discurso de alguém que se acha gigante e mal aprendeu a andar com as próprias pernas.
Eu só uma garotinha, mas sou menos covarde que você.
Você é só um garotinho e não sabe nada do que está falando.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

E sempre.


Uma corrente de vento abranda o meu rosto, as ruas lá fora parecem renovadas. O céu, mais azul. Queria conter os sentimentos que me invadem neste momento. Tão sóbria e como nunca antes: tão feliz.
Você veio numa tarde comum, num dia sem graça. Despertou meu sorriso há tempos guardado em alguma fotografia de amigos.
Eu quis te ver, quis o toque das suas mãos, quis sentir os seus lábios nos meus. E nesta falta de hesitação, eu acordei esta manhã nos teus braços, num ar cheirando a flor, na sua pele cheirando paz.
Deixei-os por uns instantes para sentir o mundo ao menos uma vez ao meu favor, o silêncio daquela paisagem foi cortado pela voz do ‘nosso fruto’, abraçando-me as pernas.
A imaginação me rouba dias, às vezes a paz, mas quase sempre um sorriso.
Imaginar dias assim, imaginar a sobrevivência da minha esperança ligada a você.
Quando dei a minha vida para ti sabia que seria sem volta, mesmo que a vontade de mudar o futuro me revolvesse por dentro, toda a minha paz, minha alma de presente. E presente não se dá por pedidos, assim quis. Meus sonhos são seus. Estas ingenuidades bobas, suas. A razão por eu ainda respirar, é você.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Os Pulsos, Pro Final

Pensei que deslocar-me para outra direção daria ‘um jeito’, aliviaria por dentro.
Ledo engano, correr para onde a escuridão é mais aconchegante não faz enxergar melhor. Estou mais cega que nunca, perdida em sombras que não sei mais distinguir, onde estou, o que eu fiz?
Ou seria mais sensato perguntar o que eu não fiz? As coisas que deixei cair por terra e misturar-se a ao barro que impregnou a vontade de viver: tão frágil.
Vivo de sopros de alegria que mal batem à cara e já estão em retirada... O coração aperta sem doer. Aperta buscando algo mais que um vazio estirado aqui dentro, ocupando os espaços... não há alvos, não há planos, existe apenas um corpo cansado e uma mente sobrecarregada, quase inerte. E o que sobra são pensamentos negros, que maltratam a consciência do “é bonita e é bonita”, pode ser.... Poderia em outras épocas, onde verdade não fosse tão dolorida, onde aceitava-se tapar o sol com uma peneira numa boa, onde conseguia-se aceitar tudo como obra divina para um grande propósito. Cegueiras à parte, por que amadurecer tanto num espaço de tempo mínimo? Não houve tempo pra maiores ilusões, não consegui aceitar as pessoas como elas são, meus alvos de críticas constantes... sequer aceito o reflexo do espelho, tantas cobranças.
Sobreviver dói como uma ferida aberta, nem erva nem ampicilina, só o tempo que agravará a aparência, minará um pouco mais de fé e abundará o rancor.
Meu espírito vestiu-se de cinzas novamente, esta é mais uma fase caótica e não há lugar para você sentir pena não de quem não merece.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Aos bem intencionados, o meu muito obrigada.

Começaria poemizando.
É, poemizando. Humm um "L" ficaria bem colocado, ironicamente falando.
Mas prefiro vomitar mais uma vez, desabafo.
Quem és? O que questiona? O que comemoro, a boca que beijo, ou o choro que escondo?
Raio que te parta. Eu realmente não ando me importando mais.. Faz tempo.
Se cavei sete palmos abaixo do chão, ou se minha carne ficará sobre a terra: um prato cheio para urubus atrás de carniça, que assim seja.
Há algum tempo percebi que não consigo ser princesinha sem graça, como vocês conseguem.
E é. Eu não ficaria chocada no seu lugar.
Nada tem suficiente poder pra isso, pra me chocar.
Nada mais. O espelho me ensina todo dia a vestir couraça, não aquela. Mas uma impenetrável, e lembra-se do coração endurecido? O meu é manteiga derretida, mas eu escolho pelo que irá se desvanecer. Não pertenço a seus olhares de reprovação, as suas críticas e muito menos aos seus espantos. Porque infelizmente eu sou feliz assim. Deste jeitinho maldoso, na verdade e sinceridade: sem me importar me importando, entende?
Eu sei, eu sei de tudo.
Das conseqüências, não gaste seu português de botequim comigo, porque eu simplesmente já sei o que você vai falar.
Das surpresas, não arregale seus olhos, você já viu e ouviu grosseria maior.
Salve-se. E sem bla, bla, engole a língua, porque tagarelar é pecado.
E só desta vez: olha bem pro seu umbigo. Tem muito poste pra dar de cara por esta estrada, um impacto na cabeça pode colocar um bom senso na caixola, pense nisso. E obrigada.