terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Paixão

Hoje parei para observar fotos, não apenas vê-las.
Redesenhei cada contorno. Re-colori cada céu. Refiz cada cena.
É desconcertante sua magia. Ah sim. Estamos mesmo em rotação. Girando sem cair ou voltar ao mesmo ponto daquele registro. Quadros que deixamos empoeirar, numa esquina do tempo.
‘Pintam’ os indígenas que fotografias prendem nossa alma digo que se não toda, ao menos um pedacinho sim. Pedacinhos que vão se acumulando e aos poucos nossa alma estará ali presa... Até chegar o dia em que sentaremos fatigados pelo peso da idade para resgatá-la. E mesmo que não haja mais memória para lembrar de quão bons foram àqueles dias, registrados em papéis brilhantes ou numa tela, respiramos um pouquinho de nossa alma ali retida, um sorriso marcou momentos, e entre a pele enrugada da face ele brotará novamente. Explica-se aí minha paixão por ela, a foto.
Realeza em tomadas, glamour em lampejos de luz. Mãe e pai das almas e das memórias que insistimos em perder pelo caminho.