terça-feira, 17 de junho de 2008

É.

Escorreu ao canto da boca mais uma gota de veneno.
Agora as serpentes dos sonhos fazem sentido.
Mais uma maldade.
Sorriu abraçando-se por dentro, que sensação!
Os olhos fitaram um canto como quem procura um comparsa. E a falta de uma figura sólida não a fez diminuir o poder sentido.
Passava a língua pelos dentes, em movimentos provocantes.
Mexia no cabelo como se fossem plumas.
Dos olhos brotavam labaredas. A boca não parava de sorrir.
Os olhos queimavam mais. Conseguiu gargalhar.
O prazer que lhe enchia era único, duraram minutos.
Os olhos tornaram-se cinzas, um suspiro levou todo o fôlego dos risos.
O tédio encostou, precisava de mais.
Ah, a maldade tão fugaz...