sexta-feira, 30 de abril de 2010


Juntou as mãos, fechou os olhos e mexeu os lábios, sem som.
Como se suportasse uma dor maior: ajoelhou.
E continuou baixinho.
Os olhos apertaram-se.
O coração acelerou.
O suspiro demorou passar, mas levou um pouco da dor embora.
Ele estava ali, ouvindo a voz que não sai. Entendo cada silaba dos lábios trêmulos.
Sentiu-se abraçada, e foi.
Miríades de anjos estavam ali, ministrando-a.
Os olhos turvos pelo desespero não os viram antes.
O coral de vozes entoando as mais lindas palavras.
Os olhos Dele a cuidar de tanta fragilidade.
Juntou as mãos em sinal de oração.
Juntou as mãos e pediu a Deus conforto.
Juntou as mãos e conversou baixinho.
Juntou as mãos e sorriu em silencio.
Pra você.
Por que?
Porque Deus me ouve mesmo quando não sai som.
E Ele tem muitos anjos aqui me ministrando.
Veste sua asa. Deixe esta luz brilhar cada vez mais.
Brigada pela prece, por juntar as mãos por mim, por fazer parte de um coral das mais lindas palavras.
Eu me sinto abraçada por Ele.
Obrigada por me fazer enxergar, juntar as mãos e ouvir.

terça-feira, 20 de abril de 2010

?


As pessoas me incomodam depois de certo tempo.
É estranho não conseguir me aprofundar a ponto de sentir que preciso delas.
Preciso?
É tão difícil ver, fechar meus olhos e não enxergar igual.
Eis o meu título, eis o meu convite.
Tente.
Venha sentir, me faça entender-me...
Por que as feridas nunca se fecham?
Por que esta melancolia insiste em voltar?
Preciso? Será esta a resposta do preciso sem querer precisar?
E agora o que me resta além destes lamentos é ver como o mundo vai andando, sem mim.
É ver como as pessoas sorriem fácil na minha ausência.
É ver que aqui não há nada de importante para se lembrar.
É ver minha mente me castigando com um açoite que apenas caleja mais, não dói.
E eu tenho tantas portas aqui dentro que não sei mais qual mostrará o caminho para eu mesma.
E está tudo quebrado. E eu sempre me sinto sozinha.
E tentar mudar isso talvez cave mais este buraco.
E tudo acaba e começa de novo.
Olhe no meu rosto, qual caminho você enxerga?
Já vi este silencio em sua face.
E eu sinto tudo isso, tudo esta quebrando e gritando aqui dentro.
Eu queria que você entendesse como eu me sinto nesta estrada.
Eu queria suas mãos.
Eu queria sentir falta disso que eu nunca obtive.
Eu estou quebrando. Eu estou sentindo. Eu estou quebrando agora.
E ninguém sentirá nada igual.
Incomodam-me depois de certo tempo.
E toda vez que aqui escrevo sopro pra longe todo o peso.
Por favor, não me esqueça.
Não era isso que eu queria dizer.
Mas eu já disse. E é tão estranho, assim quero todos aqui.
É meu sacrifício. É a minha veia pulsando. São seus olhos de espanto.
E eu gosto disso. Me desculpe, mas eu gosto disso. Eu estou sorrindo.

segunda-feira, 5 de abril de 2010


O som brotou no fundo da sala.....
Olá?
Você está ouvindo os clamores da minha alma?
De novo.
E quando todos vão embora ela chora.
Olá?
Eu e minha mente.... não há mais saídas.
Olá?
Eu peguei o barco, eu fui atrás da correnteza.
Mas o meu sorriso não é igual o deles, acredite.
Aqui os olhos não sabem enxergar as mesmas cores ao lado.
Não quebre meu coração.
Eu achei que isso era sincero e meu sorriso foi quebrado.
Olá?
Eu não sei mentir para viver.
Não a faça chorar.
Eu não quero acordar sozinha.
Eu não quero dormir sozinha.
Olá?
E estou aqui pedindo que me ajude hoje. Aqui.
Onde estão meus amigos?
Eu não quero chorar.
Não me faça chorar.
Eu não sei falar àquelas coisas que te fazem rir.
Não hoje.
Olá?
Você sabe que eu sou assim.
Isso dói tanto!
Eu não quero dormir, eu não quero mais acordar.

Eu queria camuflar tudo isso, levantar a cabeça e fingir que não vejo.

Mas eu não sou tão legal, nem pra isso.