domingo, 22 de junho de 2008


As chaves da minha prisão estão em suas mãos.
E estamos parados a um abismo.
Jogue-me. Segure-me, tranque-me ou prenda-me a você.
Mas garanta as chaves. Ate-as ao teu sangue, é a minha vida e a sua, em jogo.
Pois enquanto memória existir, eu estarei aí, e eu posso levar você lá pra baixo.
Prenda-nos, costure os seus sonhos nos meus.
Afinal, formamos bonitos retalhos.
E eu não estou caindo.
Não posso.
Minhas chaves ainda estão com você.
E você nunca cairá, não enquanto estiver comigo.
Mas estamos a passos do abismo.
E se eu quiser pular?
Que a linha dos retalhos seja forte.
Que as chaves tenham se perdido aí dentro.
Que um coração dependa do outro.
O meu depende. O meu é seu. Eis a minha prisão.
Eis o nosso abismo.
Você primeiro. Eu vou logo atrás. De cabeça. E vamos sobreviver.
E vamos viver. E estamos vivendo.
E eu? Eu te amo.