segunda-feira, 30 de junho de 2008

Em resposta.



Eu sei que nem sempre vou acertar.
Posso me permitir isso.
Passar do ponto, dar o ponto ou encher o ar com o queimado.
Ao final da festa, os convidados sempre reclamam do bolo.
Fico eu contabilizando os gastos.

pretérito...mais que perfeito.

Hoje eu acordei assim. Com saudade.
Daquele avô que morreu dois anos depois que você nasceu.
Daquela boneca de plástico num cestinho azul, a única.
Lembrei das cores da rua na qual você morava, o chão de barro vermelho, o verde das plantações, o azul e branco da escola. Cores da sua rotina, ainda refletem hoje na minha retina.
Tão pequena, tão menina.
Lembrei, agora sem saudade, das tuas mãos destampando panelas, a preocupação com o arroz no fogo.
E aquele cigarro? Deixou um gosto ruim na boca, ainda o sinto hoje e não consegui mais chegar perto do gosto que quase te fez vomitar, melhor assim. Sem vícios.
As bananeiras ainda estão na mesma casa, disse mamãe.
Os gatos, provavelmente morreram. Assim como você morreu em algum lugar dentro de mim.
Ainda assim, fiquei com saudade. Saudade de olhar no espelho e ver você, pequena e magricela.
Saudade dos tempos de menina.
Saudade da Michelle, mas a pequenina.