terça-feira, 6 de maio de 2008

Eu fico o dia inteiro mergulhada em nada.
Perdão, não é em qualquer nada, mas sim no MEU nada.
Não produzo nada, nada leio, não sei de nada, nada faço.
E era tão bom não ser nada. Não enxergar nada. Nada dizer.
Era, posto que nada aconteceu.
E acontecendo nada, nada tem novidade, graça ou brilho.
Estou eu perdida no meio do nada, eis que ainda sou nada.
Nada se produz, nada sai do lugar.
E o mundo está nadando no meio do nada, mergulhado, afundando.
E eu estou sentada no meio do nada, observando nada acontecer.
Nada muda, nada mudo, nada mudamos.
Assim, nada mudará.