sexta-feira, 23 de maio de 2008

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‘Se tivessem combinado, não daria tão certo’, clichê.
Ela se foi, ele ficou, ela chegou.
Os cantos das bocas tremem.
Ela já se foi, não corre o risco de vê-los em flerte.
Mente. Ela está sentindo cada risada com lágrimas. Ela está sentindo cada coração pulsando rapidamente, como o seu apertado, sufocando.
Lá eles conversam sobre as novidades, o tempo que passou, o último telefonema.
Já longe ela relembra, sem saber por que a memória lhe trai. Estava doendo, mas o quê?
Não, não houve mais que palavras, não desta vez. Mas a reaproximação partiu-a; novamente um cristal quebrado. Novamente aços para juntar, estilhaçando por dentro, ferindo as mãos. Novamente nada será igual, ela nunca irá se recuperar. Ela não sabe mais o que é desculpar.
Ela não quer mais desculpar. Era cristal, virou aço cristalizado. Há fusão? Ela já não sabe responder, mudou as respostas, surgiram novos porquês.