quinta-feira, 5 de junho de 2008

Cansando.


Poderia começar escrevendo contando-lhes sobre felicidades, sorrisos, cores e brilhos. Mas não. Estou mesmo é cansada. E nem sei de quê, de quem ou por que. Mas estou. Ando perseguindo minha própria sombra. Falando mesmo com meus botões. Alienação, é o estado atual. Novidades não me parecem novas, às vezes só aumenta a quantidade seja de um terremoto, seja de uma criança resgatada. E vou. E estou. E sou. Cansada; não há o que ler de novo, o que ver de diferente, como dito só mais ou menos. Cansa. Mais do Mesmo, meu caro Renato, cansa. Minha rebeldia está cansada, nem levanto meu pé pra chutar o ‘pau da barraca’, mudar o corpo, a cara ou os cabelos. Queria ver o mundo mudar. Queria ver as pessoas saberem me ignorar direito, pra ver se eu consigo não rir ou quem sabe dar de cara com meus desafetos porque não hesitaria em vomitar tudo o que penso deles ao vivo e a cores. Mas todo mundo é covarde, eu proponho um encontro, eu mexo meus pauzinhos para ele acontecer, e vejo as canelas se apressarem pra fuga. Cansa. Eu cerro meus punhos, mas não há ninguém pra bater. Lição number one: se entrar numa briga comigo, venha disposto a ganhar, porque eu não sei perder. E cansa. Agir sozinha, cansa. Brigar sozinha, cansa. Armar armadilhas e vê-los cair em calabouços, cansou-me. Então vou libertar-me, ou buscar novas desavenças, mas isto também cansa. Apaga a luz, fecha a porta. Deixe-me aqui quietinha, quentinha, caladinha. Porque enxergar tudo isso me cansa.