domingo, 25 de novembro de 2007

Tolerância


É noite. Foram-se mais alguns dias de sobriedade, sem a loucura de uma semana conturbada. Sem a voz dos que pensam mandar em algo e não coordenam nem a própria vida. Foi-se também o dia de ontem, belo como o a vermelhidão que o sol causava ao apresentar a noite, que tanto prometeu e cumpriu. Num ontem inigualável. Como tantos ‘ontens’, como tantos sábados. Falamos de tanta, tanta coisa! E mesmo já sabendo e sentindo tantas e tantas vezes o cheiro. Ainda me entorpecia ao mesmo tempo em que a voz me embalava.
Ah o ontem. Foi-se, mas simplesmente ao ouvir a voz. Ele volta.
E o amanhã chega. E a loucura volta, e a razão anseia por mais um, ontem. 24/11/2007. ---------- Michelle.

'Amigos', eu tinha.
E mais uma vez a vida vem e te estapeia a cara. Quem disse que os tinha? Eles fogem! Eles são covardes!Eles fecham os olhos pro passado!
E de repente você nunca sorriu com eles, nunca se preocupou. E aquela foto vira uma sombra enigmática. E você nunca lá com eles, posou. - ---------Michelle.

E, eu acho que era pra ser.
Clamo aqui o sofrimento.
Canto aqui, a alegria.
E pesam os sofrimentos. E me elevam as alegrias.
Clamo agora ao sofrimento!
Este que aperta o peito agora... Agora quando a mente pede comemoração.
Afastai! Repudio...
Deixai as boas visões do futuro me alcançarem, que me encham até que não agüente mais. Experimente deixar-me chorar de felicidade e vai: permita-me vê-las acontecer e desapareça antes que me lembre da tua existência, vai.
Clamo e canto agora à alegria, vinde a mim aos montes, e vinde mais.
Traga mais... Traz a lágrima de pura e perfeita emoção e que quem ver saiba a diferença daquelas que doem. Como ele sabe.
Sorri comigo, enquanto recebo aquele abraço, suspirai comigo enquanto provo do mais terno beijo, festeja comigo o dia inteiro, os dias de amor, ao lado dele.
Alcançai comigo a sabedoria tão buscada, por tantos! Alcançai comigo a certeza de um amor verdadeiro.
Vivais comigo a união dos que amo, vem vê-los comigo quão seguros desejo que estejam.
Vê cá, no meu sorriso, lutas, derrotas e progresso. Vê o êxito estampado no meu brasão.
Compartilha comigo o brilho do troféu, te convido. Vinde ver como soa lindo o som, o canto da minha voz, quando canto sobre ti, sobre meus refúgios, os que amo, meus abrigos.
Vinde! Vem comigo, vê como sorriem? Cantais comigo. Canto aqui no meu canto.
E se ainda assim calar, resta-me ainda na face que abrigo aquele sorriso que sabes onde está, procurai então, comigo.
- Michelle.

“...escrevo-te toda inteira e sinto um sabor em ser e o sabor-a-ti é abstrato como o instante. É também com o corpo todo que pinto os meus quadros e na tela fixo o incorpóreo, eu corpo a corpo comigo mesma. Não se compreende música: ouve-se. Ouve-me então com teu corpo inteiro. Quando vieres a me ler perguntarás por que não me restrinjo à pintura e ás exposições, já que escrevo tosco e sem ordem. É que agora sinto necessidade de palavras - e é novo para mim o que escrevo porque minha verdadeira palavra foi até agora intocada.A palavra é a minha quarta dimensão..." - Clarice Lispector
Dois extremos.
O que deixo conhecer cabe aqui, eu decido.
Eu escolho, como, quando e quem sou.

E eu ainda não conheço incapacidade.
Assim, simples. -(Michelle).