sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Ofício.

Não agüento mais isto aqui.
Vozes o dia inteiro. Desespero.
Gente mal educada, cobras devorando uns aos outros.
Entra um, saiu outro e nenhum dos dois sai imune a escarros.
Minha cabeça agora explode, dói, meu cérebro se divide e se perde.
Não se encontra, não volta a si. Dói o corpo, sobrecarga mental.
Sinto-me tão presa. Não falam, gritam. Ferem meus ouvidos.
Não há individualidade. Morreu qualquer respeito. Alguém viu a consideração pulando a janela? Segure-na por mim.
O almoço, engolido em cinco minutos, assola as paredes do estômago.
Todos os minutos voltados à tela, não passam. O teclado atrofia meus músculos.
Todas as vozes ouvidas, não me deixam falar.
Ninguém faz mais que eu aqui, ninguém.
E ainda assim, supõem que podem sozinhos.
Ledo engano, não há outro que consiga, que suporte, que faça melhor.
Que não morra sufocado, aqui.

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