sexta-feira, 16 de maio de 2008

Fique comigo.

Devo ter apagado por alguns instantes.
Por longos instantes.
O corpo parecia anestesiado por completo. Não sentia nada. Ouvia pouco e o que via era incerto.
Não entendia. As vozes diziam, mas eu não entendia.Vi rostos, que reconheci sem reconhecer, preocupados. Uma mão aflita segurava a minha, como que dando força, mas eu não sabia por quê. Não me lembrava de nada das últimas horas, o estado entorpecente me fizera esquecer das coisas ruins também, foi bom.
O quarto era branco, o silêncio era ensurdecedor. As pessoas, aflitas. Eu calma. Alucinadamente calma. Sedada, observando os movimentos como simples nuances, pessoas sem forma, cores indefinidas. Apaguei, o soro já estava no seu final, à mão aflita agora acariciava meus cabelos, eu ainda pensava estar num ‘sonho’. Era real. A sensação de buraco dentro do corpo, era real. Nada doía. Nada fazia chorar. E isso era apavorante. Não sei quem me levou. Não sei por que fui. Não sei como saí. A mão aflita que esteve comigo registrou cada maçaneta, cada papel, cada lágrima minha pela perda de uma semana de memória e me colocou a par de tudo, acariciando meu rosto, retirando-me do desespero.
Não pude esquecer do que me fez viver. Nunca poderei, nunca ousarei. Para você, eu prometo.
....apenas fique comigo, por todas as manhãs e noites, esteja comigo...

2 comentários:

Unknown disse...

Poxa, amor, lágrimas brotaram de forma instantânea em minha face quando li isso.
E me lembrei de forma nítida daquele dia.... Só quero que vc saiba que para todo o sempre estarei ao seu lado, segurando suas mãos, com vc para tudo!
Eu te amo
bjao

Marilyn disse...

Obrigada pelas palavras, Michelle.
Que bom que achou o *TM* perdido em outros blogs... ;)
beijo!